Quão longa e dolorosa é uma caminhada quando atentamos fixamente para o final. Por menor que seja a distância a sensação de infinitude parece nunca desaparecer, até finalmente chegarmos! Chegamos! Que alívio! É imediato! Parece que um fardo cai instantaneamente das nossas costas, um imenso fardo. Também é breve o período de descanso e sempre temos a impressão de que é menor do que realmente foi. Por quê? Porque logo teremos que levantar e pegar a estrada novamente. Bem, é assim o nosso comportamento ao longo de nossas caminhadas; ansiosos, sempre com pressa. E é assim que fomos ensinados a caminhar, afinal “tempo é dinheiro”!
E, se ao invés de caminharmos porque o tempo urge e há pressa para chegar, caminhássemos olhando a paisagem, sentindo a brisa do ar e ouvindo pássaros cantar. Melhor, e se fossemos cantando pelo caminho? Formaríamos um dueto com cada passaro que aparecesse em uma esquina diferente! Poderíamos conhecer pessoas diferentes, fazer novos amigos adquirir novas experiências, enfim aprender. Opa! Parece que chegamos ao fim de uma caminhada. Confesso que nem percebi quando cheguei. Ao me olhar no espelho, percebo que pelo curto espaço de tempo mudei pouco fisicamente, mas ao fazer uma investigação introspectiva, viajo em pensamentos e boas lembranças da última caminhada. Amadureci! Descobri como pode ser bom caminhar! E, se em algum momento me faltar um motivo para caminhar, um alvo a alcançar, terei como razão principal para caminhar, caminhar! Isso mesmo caminhar por caminhar! É para isso que eu vivo! Caminho por que respiro! Quem não caminha é morto!
Caio B. Vasconcelos
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